Minerais
Para começar, devemos entender o
que são minerais. Minerais são unidades básicas de meterias inorgânicas que
constituem o Planeta Terra. Portanto, todos os ramos de geociências são baseados
nos estudos dos minerais.
Minerais são importantes também
como matérias primas para indústrias.
Sistemas Cristalinos
Os minerais ocorrem geralmente em
rochas cristalizadas, com arranjo tridimensional ordenado e regular dos átomos,
íons ou moléculas.

Hábitos Cristalinos
Hábito cristalino corresponde à
expressão descritiva de formas de agregação de minerais (Figura 4). Existem
várias expressões, e as seguintes são mais utilizadas.
A. Amigdaloidal
(amygdaloidal): forma amendoada, como heulandita.
B. Equidimensional (equidimensional): mesmo comprimento em
qualquer direção.
C. Colunar (columnar): forma ligeiramente comprida, calcita.
D. Prismático (prismatic): forma comprida, piroxênios.
E. Acicular (acicular): forma muito comprida, turmalina.
F. Fibrosa (fibrous): forma extremamente comprida,
tremolita.
G. Laminar (bladed): forma delgada e comprida, cianita.
H. Tabular (tabular): forma de tabua, micrólitos de feldspato
alcalino e plagioclásio.
I. Botroidal (botroyidal): forma de uva, goetita.
J. Dendrítico (dendritic): agregados com ramificação bem
desenvolvida.
Clivagem e Fratura
Quando minerais são submetidos a uma força externa
destrutiva, esses se rompem. Dentro das formas de rompimento, a clivagem e
fratura são mais importantes. Certos minerais se rompem paralelamente ao longo
de determinados planos, o fenômeno denominado clivagem.
Existem minerais que se rompem em direções não sendo
paralelas aos planos do cristal. O plano de rompimento não é reto. Tal modo é
denominado fratura. São conhecidos descritivamente alguns tipos de fraturas.
Entre essas, a fratura chochoidal é freqüentemente encontrada na literatura.
Por exemplo, o quartzo possui planos de cristalização bem desenvolvidos, porém
apresenta fratura conchoidal.
1) Fratura conchoidal
(conchoidal): fratura formada por curva de modo semelhante à superfície interna
de uma concha. Este tipo é observado comumente em quartzo, olivina, pirita e
vidro.
2) Fratura acicular (splintery): rompimento na forma de
agulhas ou fibras finas.
3) Fratura serrilhada (harkly): rompimento segundo uma
superfície de forma dentada, irregular, com bordas angulosas.
Figura 5. Ilustração esquemática de clivagem desenvolvida
em: B) um plano, de muscovita; C) dois planos de ortopiroxênio; D) três planos de
calcita. A foto A apresenta exame de clivagem e a ilustração E e foto F,
fratura conchoidal.
Dureza Relativa
A dureza (hardness) corresponde a um parâmetro de
resistência mecânica da superfície de minerais. Quanto maior for a força de
interligação, tanto maior será a dureza. A dureza é definida através de ensaios
de risco entre dois minerais. O exame do risco (streak test) deve ser realizado
de forma alternativa, isto é, tentar riscar o mineral.
Tenasidade
A tenacidade (tenacity) corresponde ao comportamento da
deformação diante de forças externas. Este exame é simples, fácil e de baixo
custo, necessitando-se apenas uma agulha.
São utilizadas as seguintes expressões descritivas.
1) Frágil (brittle): o mineral é rompido ou pulverizado
facilmente por pequenos esforços. Calcopirita e minerais de argila são exemplos.
2) Maleável (malleable): o mineral é estendido por uma força
compressiva, transformando-se em uma folha por deformação plástica . Elementos nativos
do grupo do cobre, platina, ouro, prata, cobre, etc., possuem esta propriedade.
3) Séctil (sectile): o mineral é cortado por faca ou
canivete em folhas finas. Os elementos nativos do grupo do cobre têm esta
propriedade.
4) Dúctil (ductile): o mineral é extraído e alongado por uma
força distensional formando fios. Elementos nativos do grupo do cobre têm esta
propriedade.
5) Flexível (flexible): diante de um esforço, o mineral se
deforma plasticamente, e não retoma a sua forma original mesmo após a retirada
do esforço. Clorita e talco são os exemplos.
6) Elástica (elastic): diante de um esforço, o mineral se
deforma, porém, retoma a sua forma original após a retirada do esforço. A
muscovita apresenta notável característica elástica. Quase todos os minerais
demonstram esta propriedade diante de pequeno esforço.
Diafaneidade
A diafaneidade (diaphaneity) é uma propriedade óptica que
representa o grau de transmissão de luz dentro do mineral, ou seja, o grau de transparência.
De acordo com a diafaneidade macroscópica, minerais são divididos em três
categorias (Tabela 3): 1) transparente (transparent), 2) translúcida (translucent),
e 3) opaca (opaque).
A diafaneidade (diaphaneity) é uma propriedade óptica que
representa o grau de transmissão de luz dentro do mineral, ou seja, o grau de
transparência. De acordo com a diafaneidade macroscópica, minerais são
divididos em três categorias (Tabela 3):1) transparente (transparent), 2)
translúcida (translucent), e 3) opaca (opaque).
Brilho
O brilho (lustre) é a aparência geral na superfície dos minerais
à luz refletida. Esta propriedade é fácil de ser observada a olho nu ou à lupa.
As expressões mais utilizadas brilho metálico e não metálico.
O brilho metálico (metallic lustre) corresponde à aparência
brilhante na superfície do mineral que parece ser um metal. Os minerais que
possuem brilho metálico são opacos, geralmente sulfetos ou óxidos de metais ou
elementos nativos.
Todos os outros brilhos são chamados de brilho não metálico
(non-metallic lustre).
1) Adamantino (adamantine): brilho característico de
minerais transparentes com alto índice de refração, que demonstra relevante
jogo de cores, ou seja cores de arco-íris, nos vértices e arestas . Os exemplos
são diamante, coríndon e zircão.
2) Vítreo (vitreous, glassy): brilho que se observa em
fragmentos de vidro quebrado, sendo característico em minerais transparentes
com índice de refração relativamente baixo. Quartzo é um típico exemplo. O
brilho pouco expressivo deste tipo é denominado de brilho subvítreo. Calcita é
um exemplo.
3) Resinoso (resinous): aspecto da superfície que lembra a
resina, sobretudo de cor amarelo claro, sendo característico de minerais translúcidos
ou com reflexão na superfície relativamente alta. Esfalerita e opala são
exemplos.
4) Gorduroso (greasy): aspecto da superfície parecido com
gordura, sendo característico de minerais translúcidos com transmissão de luz
relativamente alta ou com reflexão na superfície relativamente baixa. Nefelina
é um exemplo.
5) Nacarado (perly): aspecto parecido com a superfície de
pérola, devido à presença de planos de clivagem desenvolvidos. Talco e brucita
são os exemplos.
6) Sedoso (silky): aspecto similar à seda, sendo característico
de minerais de hábito cristalino fibroso, como gipsita, malaquita e serpentina.
Cor e Traço
A cor de traço (streak) aparece quando o mineral a ser
examinado é esfregado sobre uma superfície bruta (não polida e não coberta) de uma
placa de porcelana, cuja dureza está entre 6 e 7. Desta forma, é aplicável
apenas para minerais de baixa dureza, porém é útil para minerais metálicos. A
cor de traço nem sempre é igual à cor macroscópica do mineral examinado, sendo
a cor do pó do mineral oxidado.
Luminescência
A luminescência (luminescence) corresponde a qualquer tipo
de emissão de luz que não é originada da incandescência. A luminescência da
maioria dos minerais é de baixa intensidade, portanto é observada apenas no
escuro a lupa binocular.
Magnetismo
De acordo com o grau da tendência de atração por força
magnética, ocorre o fenômeno denominado magnetismo (magnetism). Conforme o
magnetismo, minerais são classificados em seguintes categorias.
1) Minerais
fortemente magnéticos: magnetita (Fe3O4) e pirrotita (Fe(1-X)S), que são atraídos
por imã comum. Estes são óxido e sulfeto de ferro.
2) Minerais magnéticos: ilmenita (FeTiO3), cromita (FeCr2O4),
almandina (granada de ferro, Fe3Al2(SiO4)3), estaurolita (Fe2Al9Si4O23(OH)),
etc., que são atraídos apenas por imã do tipo “ventosa”. Esses são outros tipos
de óxido e sulfeto de ferro.
3) Minerais ligeiramente magnéticos: monazita ((Ce,La,Nb)PO4),
zircão (ZrSiO4), xenotima (YPO4), minerais máficos, etc., que somente podem ser
separados pelo separador eletromagnético isodinâmico. Os minerais são silicatos
máficos com ferro.
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